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NOTA DE REPÚDIO Á MATÉRIA INTITULADA “PARTOS DE ALTO RISCO” DO JORNAL O GLOBO


Rio de Janeiro, 16 de Março de 2018 A matéria, veiculada na última sexta, 16/03, no jornal O Globo, além de classista, vem mais uma vez distorcer a triste história das mortes maternas no Rio de Janeiro, tratando o assunto de forma leviana e sem fundamentação técnica. Em análise pelo Comitê Municipal de Prevenção e Controle da Morte Materna vimos que nossos indicadores pioraram, não por conta da assistência de Enfermagem, mas porque a rede de assistência está precária, sem o atendimento de questões prioritárias, que foram apontadas à Secretaria de Saúde desde 2016: estruturas físicas que não atendem as normativas legais e necessidades de assistência; insuficiência de insumos, medicações e exames; superlotação em relação ao dimensionamento inadequado de profissionais (principalmente de Enfermagem) e, falta de aprimoramento das equipes de saúde tanto no atendimento pré-natal, quanto na assistência ao parto, levando ao uso inadequado de protocolos e da tecnologia, com aumento das intervenções desnecessárias. Ao contrário do que diz a matéria, o número de médicos na rede não diminuiu, visto a entrada de profissionais via residência em “Humanização da Assistência” o que sufocou as equipes de enfermagem nos últimos anos, reduzindo significativamente o número de partos assistidos por Enfermeiras Obstétricas. Algumas das maternidades sequer conseguem ter o enfermeiro obstetra na sala de parto em todos os plantões, e o que recebemos com frequência são denúncias de aumento da violência obstétrica. Esta reportagem fez mau uso dos dados, que sequer terminaram de ser analisados pelos Comitês Regionais. Estes comitês ainda estão analisando as mortes ocorridas em dezembro de 2017, cujo resultado, só poderá ser fornecido no início de abril deste ano. O que vemos com este tipo de informação é um profundo desconhecimento das reais causas das mortes maternas e seus fatores de evitabilidade; sequer há a preocupação em saber quais profissionais de fato participam da assistência dessas mulheres. Não se trata de culpar uma categoria pela morte materna. Não há explicação para a morte evitável! Mas uma coisa precisa ficar clara: mulheres com risco obstétrico e fetal são sempre atendidas por médicos “especialistas”, que indicam as intervenções necessárias junto com uma equipe multidisciplinar. Portanto, não há do que se falar da assistência de Enfermagem Obstétricas no município, que vem desempenhando seu papel no cuidado ao risco habitual há mais de 30 anos, servindo de base para a mudança de modelo e as políticas públicas da Rede Cegonha no Brasil.


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