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Encontro com Midwife britânica Drª Lesley Page


NÓS PRECISAMOS DE ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS/ OBSTETRIZES PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA E QUALIDADE DO CUIDADO – MODELOS QUE FUNCIONAM.

We need midwives for safe high quality care –models that work.


Por Sabrina Seibert


Nesta ultima terça-feira, 03/07, a presidente da ABENFO-RJ, Sabrina Seibert, a vice-presidente Maysa Luduvice, a primeira tesoureira Danielle Bessler, a segunda tesoureira Noelle Moreira, a coordenadora de assuntos interinstitucionais Maria Antonieta Rubio Tyrrell e a conselheira fiscal Heloísa Lessa participaram de um encontro realizado com a Midwife britânica Drª Lesley Page, ex-presidente do Hoyal College of Midwives, promovido pela Parto Ecológico e pelo Instituto Michel Odent (IMO).


A abertura do encontro foi feita pelo Dr. Ricardo Chaves, médico pediatra, representando o IMO, como um dos promotores do evento. Ricardo falou sobre a necessidade de discutir segurança e a assistência ao Parto Normal, destacando este momento como o Turn Point, apontando a necessidade de mudança. Em seguida a Drª Fernanda Macedo, médica obstetra, apresentou brevemente o modelo da Equipe Parto Ecológico, também promotora do evento, como equipe multiprofissional que divide o trabalho de forma não hierarquizada (assistência colaborativa), com excelentes resultados perinatais. Para o grupo, atualmente existe uma questão a ser pensada por todos que atuam na assistência á mulheres e bebês: como podemos tornar essa assistência mais acessível á toda população? A Drª Heloisa Lessa, enfermeira obstétrica, apresentou a Drª Lesley Page, como a primeira professora da Escola de Midwives na Inglaterra, que veio de maneira voluntária nos prestigiar no Rio de Janeiro. Heloisa falou sobre sua experiência na Inglaterra, onde médicos e Midwives trabalham conjuntamente pelo bem das mulheres.


A Drª Lesley Page falou que sobre sua experiência como midwife e palestrante em vários países. Destacou que mudanças significativas no mundo vieram a partir das mãos das Midwives. Lesley explica que em seu país a formação de Midwife é de entrada direta, porém sua atuação se assemelha a prática profissional das Enfermeiras Obstétricas/ Obstetrizes, no Brasil. Salienta que estes profissionais devem ter um objetivo comum: atender às necessidades básicas de mães, bebês e famílias, e para tanto, cada membro do time/ equipe precisa dar o seu melhor, com todo o seu potencial.


Lesley aponta que na sua experiência como gestora de serviços de obstetrícia, mesmo trabalhando juntas com profissionais de outras áreas, as enfermeiras obstétricas/ obstetrizes, precisam de autonomia dentro de seus limites de atuação. Falou de uma série do Lancet (2014) que falou somente sobre parto e nascimento, e em um de seus artigos apresentou o impacto do acompanhamento contínuo por Midwives. Hoje o Royal College of Midwives possui 47.000 midwifes inscritas, sendo que ocorrem cerca de 750.000 nascimentos ao ano. Para Lesley, o mundo está mudando e existem vários guidelines sobre a experiência da assistência aos partos, disponíveis no mundo. Estamos vendo agora que a experiência vivida é tão importante quanto o parto, com impactos significativos nos resultados físicos, emocionais, e no âmbito das relações familiares e sociais. A segurança aumenta quanto conseguimos estabelecer ligações/ pontes entre os diferentes locais de atendimento. Vínculos frágeis podem causar danos sérios nas mulheres durante a assistência. Insensibilidade, não estabelecimento de vínculo entre o profissional e a paciente, e insegurança, levam a respostas pós-traumáticas do estresse. Ela chama a atenção que na gestão de uma instituição precisamos desenvolver uma cultura positiva ente os profissionais. Todos devem se respeitar entre si, e serem respeitados mutuamente.


Trouxe alguns estudos que falam do local de nascimento, como o Nacional Cohort (UK): é importante para o Brasil, pois é possível desenvolver esse tipo de assistência nos diferentes locais. Na Inglaterra, quando há necessidade, a mulher é transferida para avaliação médica na unidade de referência, e a midwife segue com ela em qualquer nível de assistência. Possuem muita integração.


Lesley finaliza dizendo que uma das maneiras de reduzir a taxa de cesárea é oferecer diferentes locais para o parto (opção informada) e o cuidado continuo às mulheres diminui em até 24% a prematuridade (Estudo da Cochrane de 2016), seguindo o acompanhamento até o 28º dias de pós-parto por uma midwife. Médicos e enfermeiras obstétricas/ Obstetrizes devem trabalhar juntos, principalmente na assistência ao alto risco. Midwives devem ser vistas como mediadoras, que ajudam a mulher a transitar por todo o serviço de saúde, de forma a ter “certeza” que a ela está tendo o cuidado necessário em cada etapa do processo de gestação, parto e pós-parto.


Termina sua apresentação dando destaque a filosofia inglesa: “mãe e bebê devem ficar sempre juntos, sempre, nunca devemos separá-los ao nascimento”.




Fotografias de Aline Eiras


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